sábado, 14 de maio de 2011

E se pensar, talvez eles até pudessem ter tido uma vida feliz.

Ele com seus ataques de bipolaridade, ela com seu bico que resolvia tudo. Acordariam juntos, com um beijo de bom dia, se abraçariam e dormiriam denovo, até o meio dia. Discutiriam nomes de filhos, dos cachorros, e ela teria ataques de espirro toda vez que a gata dele resolvesse pular na cama e atrapalhar as brincadeiras do casal. Ele provocaria ela, imitaria mil espécies de animais só pra não perder a graça e o costume, iria continuar fazendo-a rir por muito tempo. Brigariam por ciúmes de ambos, pela tpm dela, pela grosseria dele. Por ela não querer comer, por ele não tomar remédios. Mas no final tudo ficava bem: eles dormiriam as 5 da manhã, depois de uma noite de altos e baixos, ela acordaria 30 minutos mais cedo só pra vê-lo dormir e sentir a respiração perto da sua. E assim os dias passariam, eles não teriam uma vida de comercial de margarina, mas até que seria bom viver com uma pessoa tão diferente de você, mas que você gosta, incondicionalmente.Mas não foi assim.Antes mesmo de viverem metade de tudo que deviam ter vivido, a bipolaridade dele entrou em confronto com a tpm dela, com a grosseria de ambos, com o amor que já nem era tão incondicional assim… A raiva cegou ela, e consequentemente, tomou conta dele. E acabou. Ficou por aquilo mesmo, uma conversa inacabada, uma tonelada de raiva e uma pontinha de arrependimento - da parte dela : sem mais nenhuma briga por ciúmes ou manias, sem mais noites em claro, crises de espirro, respirações ofegantes. Sem mais amor. Sem mais ”eles’.

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