terça-feira, 14 de fevereiro de 2012



vou fazer o quê? colocar velas a todos os santos, pedir ajuda em toda a agenda telefônica, colocar anúncio no jornal clamando por uma saída? não, não vou. eu vou me olhar no espelho, lavar o rosto e dormir mais uma noite. eu vou acordar, lavar o rosto novamente e encarar o forte sol que vem lá de fora. eu vou sem entender, sem questionar e até sem desabafar. eu vou sem gritar aos quatro cantos que aqui dentro há dores, problemas, memórias infortunadas. eu vou parar em frente ao prédio mais alto e não me atirar, vou atravessar a rua mais movimentada e não parar, vou jogar no lixo aquilo que me estraga. eu vou dar os meus jeitos de viver.

difícil encontrar uma definição pra tudo isso.



talvez sorte, ou falta dela. cansaço, cansaço. não tenho coragem de ver o meu próprio reflexo no espelho. covarde! desvio o olhar como se o reflexo me encarasse, como se ele estivesse dizendo “vá, acorde pra vida, guria! tá na hora de virar gente grande. anda, cadê? tá passando da hora!”. queria tanto responder que não, não quero. não consigo. tenho medo. preciso de ajuda, você sabe em que lugar eu posso encontrar? minh’alma é tão velha, amigo. mas não velha de experiente. velha de antiga mesmo. sinto que não sou dessa época, dessa vida, dessa fase. talvez eu não seja. ou esteja apenas tentando criar mais uma desculpa pra não seguir em frente. que dó. uma moça tão jovem querendo desistir logo na primeira tentativa. na primeira pedra que encontra no caminho, ela tropeça e não consegue levantar mais. que dó. ninguém pra estender o braço. “cada um por si.”, diz a pedra. até algo imóvel é mais vívido do que ela. da pra entender? eu sei que dá. tão inocente, tão imatura, tão cheia de lástimas. tão cheia de nada, tão cheia de vazios. pobre moça. tantas direções pra seguir, mas sempre uma dúvida de qual caminho tomar. a incerteza da certeza de suas escolhas. se eu escolher esse caminho, eu perderei as oportunidades que o outro pode me oferecer. ai, que egoísmo. quanta falta de capacidade. mas, meu deus! como eu faço? mudanças. preciso mudar. de corpo, de alma, de pensamentos e atitudes. ir pra não voltar. não sabia que crescer seria algo tão grosseiro assim. não sei de muita coisa.

a verdade é que desde sempre foi complicado entender o que eu sinto,



 mas eu sempre tentei descrever em palavras para que, quem sabe alguém mais ou menos desocupado do que eu, pudesse entender por mim. a vida bateu na minha cara, muitos dias seguidos, sem poesia nenhuma que era pra me deixar sem vontade alguma de abrir os olhos. só que os olhos são meus e cabe a mim saber até onde é bom enxergar, mesmo que sejam só coisas ruins que não vão me dar o sorrisinho que eu tenho que carregar todas as manhãs. assim como tudo na vida, amores e amigos vêm e vão e, fico aqui perguntando baixinho, quem sou eu então pra decidir que os meus não deveriam ir? não adianta mais prometer que será pra sempre. eu não quero promessas. promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos. eu não quero dor. eu não quero olhar no espelho e ver você escorrer, manchando minha maquiagem. é pelo medo de cair de novo que meus joelhos tremem. eu quero, no mínimo uma garantia. e eu só preciso me desfocar do sonho que me deixa míope e enxergar além, ou melhor: enxergar o que está na minha cara. antes de dormir rezei, pedi a deus que perdoe tanta ingratidão de minha parte, por não enxergar tudo de bom que a vida me oferece, e continuar aqui me lamentando e fazendo tudo por você.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

De todos os tipos de pessoas que conheci e passaram pela minha vida,



Eu sempre gostei mais daquelas que sabem nos tocar sem nem precisar encostar um dedo. Das que entram inteiras quando a gente já se acostumou com metades.