sábado, 29 de setembro de 2012

Mas lá no fundo. Bem lá mesmo pra falar a verdade. 

Falta alguma coisa.

domingo, 23 de setembro de 2012

Quem criou as borboletas?


Joãzinho era uma criança muito curiosa. Ele queria saber de tudo! Vez e outra, lá estava Joãzinho futricando em tudo que aparecia à sua frente. Êta menino danado! Certo dia, Joãzinho estava encantado admirando as lindas borboletas que voavam no seu quintal. Eram azuis, brancas e amarelas! Verdes, lilases, rosas e laranjas! Que festa! Mas da onde tantas borboletas poderiam ter vindo?
Joãzinho começou a pensar: “Será que elas vieram do ar? Será que elas vieram das flores? Ou será que foi uma pessoa que criou as borboletas?” Joãzinho ficou muito tempo a pensar. Não encontrando a resposta, chamou o seu avô:
- Vovô! Vovô! Vem cá! Vem cá!
Seu Antônio deu aquela risada gostosa que só avôs sabem dar falou, lá do seu
quarto: - Espera aí, Joãzinho! Que menino apressado! O vovô está velho, não consegue correr como você!
Ao chegar ao quintal, Seu Antônio perguntou:
  • Então, Joãzinho, aqui estou. Por que a pressa? O que quer me perguntar?
  • Olha, vovô, quantas borboletas! Elas vieram visitar a minha linda rosa avermelhada! Da onde poderiam vir tantas borboletas? Será que foi do ar? Será que foi a minha rosa que as criou? Ou será que foi um vizinho? Com outra risada gostosa, Seu Antônio respondeu:
  • Êta, Joãzinho! Quem criou as borboletas foi Deus.
  • Deus? Eu nunca ouvi falar desta pessoa.
  • Joãzinho, Deus não é uma pessoa. Deus é o ser mais bom e justo que existe no Universo! Ele tudo criou! Criou até a mim e a você!
  • Vovô, mas, se Deus não é uma pessoa, como posso vê-lo?
  • Joãzinho, Deus a gente não vê com os olhos, vê com o coração. Toda vez que você fizer uma prece, você sentirá Deus no seu coração.
  • Mas, vovô, como ele poderia criar tudo isso?
  • Joãzinho, Deus é perfeito! Ele não tem defeitos! Ele é bom, justo e perfeito. Ele é o nosso pai. O nosso único verdadeiro pai.
  • Ah, então todo mundo é filho de Deus?
  • Sim, Joãzinho. Ele criou as borboletas, criou o ar, as rosas, você e eu e até o seu vizinho!
  • Nossa! Como Deus é grande! Ele deve ser realmente muito bom, né, vovô? Olha que borboletas lindas Ele criou!
  • É, Joãzinho, Deus é realmente grande, bom e ....
Quando o seu vovô ia terminar de falar de a sua frase, Joãzinho já estava lá na rua brincando com os seu amiguinhos. Êta menino danado!

Flávia Santos

sábado, 22 de setembro de 2012

Até que ponto o amor pode chegar?

Trancar o dedo numa porta dói.


Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dói. Bater a cabeça na quina da mesa, dói. Morder a língua, dói. Cólica, cárie e pedra no rim também doem. Mas o que mais dói é saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Dói essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
         Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando
no inverno, não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho.
Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu, não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Coca-cola, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua surfando, se ela continua lhe amando. Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ele esta com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela esta mais magra, se ele esta mais belo.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Antes de ser mãe

eu fazia e comia os alimentos ainda quentes
Eu não tinha roupas manchadas, eu tinha calmas conversas ao telefone.
Antes de ser mãe eu dormia o quanto eu queria e nunca me preocupava com a hora de ir para a cama.
Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes.
Antes de ser mãe eu limpava minha casa todo dia.
Eu não tropeçava em brinquedos nem pensava em canções de ninar.
A
ntes de ser mãe eu não me preocupava se minhas plantas eram venenosas ou não.
Imunizações e vacinas eram coisas em que eu não pensava.
Antes de ser mãe ninguém vomitou nem fez xixi em mim, nem me beliscou sem nenhum cuidado, com dedinhos de unhas finas.
Antes de ser mãe eu tinha controle sobre a minha mente, meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos... Eu dormia a noite toda...
Antes de ser mãe eu nunca tive que segurar uma criança chorando para que médicos pudessem fazer testes ou aplicar injeções.
Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam.
Eu nunca fiquei gloriosamente feliz com uma simples risadinha.
Eu nunca fiquei sentada horas e horas olhando um bebê dormindo.
Antes de ser mãe eu nunca segurei uma criança só por não querer afastar meu corpo do dela.
Eu nunca senti meu coração se despedaçar quando não pude estancar uma dor.
Eu nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina pudesse mudar tanto a minha vida.
Eu nunca imaginei que pudesse amar alguém tanto assim.
Eu não sabia que eu adoraria ser mãe.
Antes de ser mãe eu não conhecia a sensação de ter meu coração fora do meu próprio corpo.
Eu não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto.
Eu não conhecia esse laço que existe entre a mãe e a sua criança.
Eu não imaginava que algo tão pequenino pudesse fazer-me sentir tão importante.
Antes de ser mãe eu nunca me levantei à noite a cada 10 minutos para me certificar de que tudo estava bem.
Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor, a dor e a satisfação de ser uma mãe.
Eu não sabia que era capaz de ter sentimentos tão fortes.
Por tudo e, apesar de tudo, obrigada, Deus , por eu ser agora um alguém tão frágil e tão forte ao mesmo tempo.
Obrigada Deus por permitir-me ser Mãe!