domingo, 5 de dezembro de 2010

Quase curado

Opa, opa, pode tirar sua mão daí. Deixe aonde você achou esse meu coração ferido. Não me venha com esta conversa de que quer tratá-lo, sei que não é este seu interesse. Você quer uma nova experiência, um novo afazer e implicou com meu coração, justo com meu coração ferido.
Não adianta, não há negociação a se fazer, estou decidida: não te empresto e, muito menos, te dou. Ele passou pelos cuidados de várias pessoas e a cada novo procedimento saiu mais debilitado.
Não aceito remédios tradicionais: analgésicos para fingir que a dor passou, não adiantam mais, me doem mais ainda; antibióticos também já não fazem efeito - as bactérias do amor já estão resistentes o bastante e aumentar a dose será indiferente. Também não me ofereça procedimentos alternativos, acumpultura: nem pensar! Já existem poços demais nesse músculo inquieto. Não ouse tentar corrompe-lo, foi ele quem me avisou do perigo que corria em tuas mãos, foi ele quem implorou para que eu não o entregasse a ti, confessou-me que anda cansado, indisposto, com artrite, artrose, osteoporose e todas essas doenças que deixam os ossos fracos; pediu-me, implorou-me que o poupasse de mais este esforço. Então, meu caro, não se iluda você não vai conseguir suborná-lo, ele está vacinado e o antídoto usado para tal vacina foi extraído justo do seu veneno.
Desista, meu querido, eu e meu coração estamos voltando para o bom caminho, arrumamos as malas e colocamos no bolso somente o que nos interessa, e você, (in)felizmente não está no meio dessas boas coisas. Estamos andando bem, certo, por tanto, não tente atrapalhar-nos; não ouse sabotar nosso planos infalível, não pense em conseguir pôr por terra nossa muralha que está sendo construída, seremos fortes, estaremos (dês)protegidas e você não vai atingir-nos, não desta vez, não mais uma vez.

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