sexta-feira, 15 de julho de 2011

“Que dia frio esta fazendo aqui,

duardaangel:

“Que dia frio esta fazendo aqui, casacos quase não resolvem. Fui a loja da esquina hoje, aquela que fica ao lado do barzinho das noites festivas de nós dois. Comprei um, na sua cor preferida, nem sei porque, mas acho que pensei na hora que poderia ser você me abraçando, loucura. A dona da loja perguntou por você, não sabia o que responder então disse “ele está bem” voltei a olhar as peças e no fundo me perguntava se eu sabia mesmo que você estava bem. Por minha frieza ou meu silêncio, ela não fez mais perguntas, me entregou em uma sacola o casaco e sai de lá meio que sem rumo, tentei voltar pra casa e no meio do caminho resolvi ir a praça que me levou uma tarde de primavera, o frio hoje era tão intenso que não havia quase ninguém lá, só o velho do banquinho á frente, lembra dele? Ainda lê o mesmo livro de tanto tempo atrás, acho que a história é boa e ele não quer se perder dela. Havia uma jovem senhora em um dos brinquedos balançado uma criança do sorriso tão mágico que quebrava todo aqule frio, e ai lembrei de quando me abraçou apertado e disse que um dia queria ter um filho, e se ele não tivesse meu sobrenome tua vida não estaria completa. Abaixei a cabeça, disfarcei as lágrimas e tive medo que isso já tenha acontecido por ai. A chuva fina e cortante já começava e preferi dessa vez ir pra casa, não parar em qualquer outro lugar que me lembrasse você.Vi um casal correndo na chuva e me perguntei se você lembrava do dia que conosco aconteceu o mesmo, você não lembra. Quando cheguei em casa percebi enfim a bagunça na qual estava vivendo, parecia que um furação havia passado por lá e revirado tudo, mas não pensei em arrumar nada, nesses dias frios a gente só quer mesmo cama e café quentinho. A cozinha tinha a mesma bagunça, mas no meio dela consegui preparar um café e sentar ao lado da vidraça que dá para rua, fiquei ali por horas e não sentia nada, nem a mim mesma. Enquanto houvesse café e chuva eu poderia morrer sozinha, mesmo sem você. Tentei evitar ao máximo mas vez ou outra olhava tua foto na escrivanhia no meio da sala, parecíamos felizes ali, e até parecia pra sempre. Derramei todas as lágrimas que contive todo o dia, já era noite e meu espetaculo de “garota que te superou” podia acabar. A tua foto agora estava sobre o meu peito e a tua voz ao meu ouvido, eu poderia ficar ali até todo o choro secar, mas levaria dias, meses e até anos, levaria a vida toda que sonhávamos. Caminhei em passos lentos ao quarto, nosso canto agora parecia distante, lá não se tinha bagunça, as poucas roupas que deixou permaneciam em cima da cama, teu perfume pairava no ar e tua musica preferida me convidada para a dança final, e tudo que consegui fazer foi deitar sobre tuas roupas, sentir teu cheiro no travesseiro, abraçar tua foto como quem se abraça o corpo e adormecer. Não sei por quantas horas fiquei ali, mas quando acordei apenas joguei o casaco no corpo, tua foto no bolso e decidi ir ao barzinho que tanto gostávamos. Sentei lá sozinha, as pessoas me olhavam e pareciam ter pena de mim, só ai lembrei de como eu deveria estar, mas não me importei. Perguntei se o cafézinho da madrugada já estava pronto e a moça simpática de todas as vezes disse que sim. Pedi um bem forte, não pra esquentar o frio, mas pra lembrar de você. Era duas da manhã, ela me entregou o café e viu tua foto que agora estava sobre a mesa, sendo admirada entre minhas lembranças e minhas lágrimas. “Sinto muito”, disse ela, e virou-se sem mais nada dizer. Fiquei sem chão, sem ar, sem forças pra sair dali. Todos sentem muito, menos você.” (Talita Santos)
 casacos quase não resolvem. Fui a loja da esquina hoje, aquela que fica ao lado do barzinho das noites festivas de nós dois. Comprei um, na sua cor preferida, nem sei porque, mas acho que pensei na hora que poderia ser você me abraçando, loucura. A dona da loja perguntou por você, não sabia o que responder então disse “ele está bem” voltei a olhar as peças e no fundo me perguntava se eu sabia mesmo que você estava bem. Por minha frieza ou meu silêncio, ela não fez mais perguntas, me entregou em uma sacola o casaco e sai de lá meio que sem rumo, tentei voltar pra casa e no meio do caminho resolvi ir a praça que me levou uma tarde de primavera, o frio hoje era tão intenso que não havia quase ninguém lá, só o velho do banquinho á frente, lembra dele? Ainda lê o mesmo livro de tanto tempo atrás, acho que a história é boa e ele não quer se perder dela. Havia uma jovem senhora em um dos brinquedos balançado uma criança do sorriso tão mágico que quebrava todo aqule frio, e ai lembrei de quando me abraçou apertado e disse que um dia queria ter um filho, e se ele não tivesse meu sobrenome tua vida não estaria completa. Abaixei a cabeça, disfarcei as lágrimas e tive medo que isso já tenha acontecido por ai. A chuva fina e cortante já começava e preferi dessa vez ir pra casa, não parar em qualquer outro lugar que me lembrasse você.Vi um casal correndo na chuva e me perguntei se você lembrava do dia que conosco aconteceu o mesmo, você não lembra. Quando cheguei em casa percebi enfim a bagunça na qual estava vivendo, parecia que um furação havia passado por lá e revirado tudo, mas não pensei em arrumar nada, nesses dias frios a gente só quer mesmo cama e café quentinho. A cozinha tinha a mesma bagunça, mas no meio dela consegui preparar um café e sentar ao lado da vidraça que dá para rua, fiquei ali por horas e não sentia nada, nem a mim mesma. Enquanto houvesse café e chuva eu poderia morrer sozinha, mesmo sem você. Tentei evitar ao máximo mas vez ou outra olhava tua foto na escrivanhia no meio da sala, parecíamos felizes ali, e até parecia pra sempre. Derramei todas as lágrimas que contive todo o dia, já era noite e meu espetaculo de “garota que te superou” podia acabar. A tua foto agora estava sobre o meu peito e a tua voz ao meu ouvido, eu poderia ficar ali até todo o choro secar, mas levaria dias, meses e até anos, levaria a vida toda que sonhávamos. Caminhei em passos lentos ao quarto, nosso canto agora parecia distante, lá não se tinha bagunça, as poucas roupas que deixou permaneciam em cima da cama, teu perfume pairava no ar e tua musica preferida me convidada para a dança final, e tudo que consegui fazer foi deitar sobre tuas roupas, sentir teu cheiro no travesseiro, abraçar tua foto como quem se abraça o corpo e adormecer. Não sei por quantas horas fiquei ali, mas quando acordei apenas joguei o casaco no corpo, tua foto no bolso e decidi ir ao barzinho que tanto gostávamos. Sentei lá sozinha, as pessoas me olhavam e pareciam ter pena de mim, só ai lembrei de como eu deveria estar, mas não me importei. Perguntei se o cafézinho da madrugada já estava pronto e a moça simpática de todas as vezes disse que sim. Pedi um bem forte, não pra esquentar o frio, mas pra lembrar de você. Era duas da manhã, ela me entregou o café e viu tua foto que agora estava sobre a mesa, sendo admirada entre minhas lembranças e minhas lágrimas. “Sinto muito”, disse ela, e virou-se sem mais nada dizer. Fiquei sem chão, sem ar, sem forças pra sair dali. Todos sentem muito, menos você.” (Talita Santos)

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