domingo, 24 de julho de 2011

Amor, Estranho Amor.


improprio:

Amor, Estranho Amor.
Há dias que tenho pensado na vida. Pensado em meses, em bancos e livros,  em uma camisa verde que parecia vestido. E em um doce sorriso que eu  nunca mais pude ver. A vida tem dessas coisas escondidas, desses  arrependimentos quietos. E tem amor. Eu já tentei te encontrar nesses  números antigos que ninguém sabe de onde vem, em altos edifícios que não  servem café na cama ao amanhecer e em todas as bocas cheirando fruta  doce com brilho de estrela. O tempo fez com que eu perdesse qualquer  esperança da vida antiga e nem a televisão mostra mais o amor que eu via  com você. Perdão pelas inúmeras vezes em que atrapalhei o ciclo do seu  sorriso. Ninguém espera o fim. A verdade é que as pessoas gostam de  ficar presas no passado, mesmo que doa, mesmo que ele afogue. Eu vivo na sombra de uma foto  antiga, onde “my heart stops without you”. Nossa despedida foi fria como  café em horário de almoço, foi triste como desperceber o pé no abismo e  se jogar em um caso de amantes suicidas. Eu sinto sua falta, assim, de  um jeito bem irrefletido. Desinformado como vendedor de jornal, morri  sufocado na notícia da semana passada: Eu realmente te perdi. Essa carta  é outra que nunca vai chegar à sua mão, ela sempre é destruída pela  chuva ou levada pelo vento, ainda em forma de pensamento. Ando como um  mendigo arrependido, na dor do pássaro caído, com coração desritmado por  medo de interferir na sua felicidade. Eu te quero bem. Seria melhor  aqui. Mas te quero bem assim, longe, também. Até um tempo atrás eu te  diria bem como é ser café frio, como é ser lembrança de dor. Eu  acostumei com as ausências. O tempo acaba com a gente, você vai me  entender. Eu troquei de rua, de roupa, de rancor, mas não deixei esse  olhar baixo. Minha vida anda cheia, e eu não tenho interesse pra  absolutamente nada. Falta pouco menos de um mês para o dia em que o sol  parece mais antigo e eu finjo notar estrelas mais apagadas. Eu sinto um  frio maior quando coloco o casaco. Já passou meio ano com jeito de três  séculos, e eu nunca saí daquela fileira de livros em que te encontrei.  Eu pesei tanto durante esse tempo, aquele nosso “sei lá” nunca teve  significado claro pra mim. E mesmo assim eu te “sei lá” durante todo  esse tempo. Você me doeu. Eu subi todos os andares da tristeza, sozinho.  Eu escondi seu nome dentro de uma gaveta cheia de papéis velhos, coisas  velhas, lembranças e amores, quem sabe assim eu poderia dizer: Passado.  E mesmo assim eu te senti nos sonhos mais escuros e em todas as  vírgulas da minha vida. Eu te soltei no vento quando eu deveria ter te  abraçado. Hoje eu não volto, nem amanhã, apesar do egoísmo. Pois não me  permitiria tirar outro sorriso teu, por isso vivo nesse silêncio  apertado. Mas saiba, que de segunda-feira a dezembro, meu coração cuidou  bem desse amor. Queria que soubesse mesmo assim, sem saber, que eu  espero a sua volta. Lá no nosso banco de sempre.
Adriano C.
Há dias que tenho pensado na vida. Pensado em meses, em bancos e livros, em uma camisa verde que parecia vestido. E em um doce sorriso que eu nunca mais pude ver. A vida tem dessas coisas escondidas, desses arrependimentos quietos. E tem amor. Eu já tentei te encontrar nesses números antigos que ninguém sabe de onde vem, em altos edifícios que não servem café na cama ao amanhecer e em todas as bocas cheirando fruta doce com brilho de estrela. O tempo fez com que eu perdesse qualquer esperança da vida antiga e nem a televisão mostra mais o amor que eu via com você. Perdão pelas inúmeras vezes em que atrapalhei o ciclo do seu sorriso. Ninguém espera o fim. A verdade é que as pessoas gostam de ficar presas no passado, mesmo que doa, mesmo que ele afogue. Eu vivo na sombra de uma foto antiga, onde “my heart stops without you”. Nossa despedida foi fria como café em horário de almoço, foi triste como desperceber o pé no abismo e se jogar em um caso de amantes suicidas. Eu sinto sua falta, assim, de um jeito bem irrefletido. Desinformado como vendedor de jornal, morri sufocado na notícia da semana passada: Eu realmente te perdi. Essa carta é outra que nunca vai chegar à sua mão, ela sempre é destruída pela chuva ou levada pelo vento, ainda em forma de pensamento. Ando como um mendigo arrependido, na dor do pássaro caído, com coração desritmado por medo de interferir na sua felicidade. Eu te quero bem. Seria melhor aqui. Mas te quero bem assim, longe, também. Até um tempo atrás eu te diria bem como é ser café frio, como é ser lembrança de dor. Eu acostumei com as ausências. O tempo acaba com a gente, você vai me entender. Eu troquei de rua, de roupa, de rancor, mas não deixei esse olhar baixo. Minha vida anda cheia, e eu não tenho interesse pra absolutamente nada. Falta pouco menos de um mês para o dia em que o sol parece mais antigo e eu finjo notar estrelas mais apagadas. Eu sinto um frio maior quando coloco o casaco. Já passou meio ano com jeito de três séculos, e eu nunca saí daquela fileira de livros em que te encontrei. Eu pesei tanto durante esse tempo, aquele nosso “sei lá” nunca teve significado claro pra mim. E mesmo assim eu te “sei lá” durante todo esse tempo. Você me doeu. Eu subi todos os andares da tristeza, sozinho. Eu escondi seu nome dentro de uma gaveta cheia de papéis velhos, coisas velhas, lembranças e amores, quem sabe assim eu poderia dizer: Passado. E mesmo assim eu te senti nos sonhos mais escuros e em todas as vírgulas da minha vida. Eu te soltei no vento quando eu deveria ter te abraçado. Hoje eu não volto, nem amanhã, apesar do egoísmo. Pois não me permitiria tirar outro sorriso teu, por isso vivo nesse silêncio apertado. Mas saiba, que de segunda-feira a dezembro, meu coração cuidou bem desse amor. Queria que soubesse mesmo assim, sem saber, que eu espero a sua volta. Lá no nosso banco de sempre.

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