talvez sorte, ou falta dela. cansaço, cansaço. não tenho coragem de ver o meu
próprio reflexo no espelho. covarde! desvio o olhar como se o reflexo me
encarasse, como se ele estivesse dizendo “vá, acorde pra vida, guria! tá na
hora de virar gente grande. anda, cadê? tá passando da hora!”. queria tanto
responder que não, não quero. não consigo. tenho medo. preciso de ajuda, você
sabe em que lugar eu posso encontrar? minh’alma é tão velha, amigo. mas não
velha de experiente. velha de antiga mesmo. sinto que não sou dessa época,
dessa vida, dessa fase. talvez eu não seja. ou esteja apenas tentando criar
mais uma desculpa pra não seguir em frente. que dó. uma moça tão jovem querendo
desistir logo na primeira tentativa. na primeira pedra que encontra no caminho,
ela tropeça e não consegue levantar mais. que dó. ninguém pra estender o braço.
“cada um por si.”, diz a pedra. até algo imóvel é mais vívido do que ela. da
pra entender? eu sei que dá. tão inocente, tão imatura, tão cheia de lástimas.
tão cheia de nada, tão cheia de vazios. pobre moça. tantas direções pra seguir,
mas sempre uma dúvida de qual caminho tomar. a incerteza da certeza de suas
escolhas. se eu escolher esse caminho, eu perderei as oportunidades que o outro
pode me oferecer. ai, que egoísmo. quanta falta de capacidade. mas, meu deus!
como eu faço? mudanças. preciso mudar. de corpo, de alma, de pensamentos e
atitudes. ir pra não voltar. não sabia que crescer seria algo tão grosseiro
assim. não sei de muita coisa.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
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